A tese teve como objetivo discutir os enquadramentos e caracterizar as feições geomorfológicas do curso inferior do rio Tapajós, bem como estabelecer potenciais aplicações para a geoconservação. A pesquisa foi conduzida por meio de métodos mistos e abordagem qualitativa, utilizando instrumentos descritivos. Está organizada em cinco capítulos em formato de artigo, além de um capítulo introdutório. O segundo capítulo caracteriza geomorfologicamente a área da área da foz do Tapajós, na confluência com o rio Amazonas, destacando o lago Verde, em Alter do Chão e o delta do Tapajós. O terceiro capítulo caracteriza a hidrodinâmica da confluência dos rios Tapajós e Amazonas e Amazonas e Arapiuns, ambos dentro da abordagem clássica dos sistemas. O quarto capítulo faz uma reflexão sobre as feições de relevo que são formados ou mantidos pela ação de agentes mistos ou híbridos, a partir de questões teóricas e práticas envolvendo o Tapajós (PA) e o Guaíba (RS), a partir do princípio da complexidade. O quinto capítulo discute a aplicação desses conceitos e abordagens sobre feições geomorfológicas híbridas para a geoconservação, destacando-se práticas de geoturismo pensadas de forma participativa. Os resultados permitiram confirmar o barramento hidráulico e sedimentológico na foz do rio Tapajós em termos hidrodinâmicos e sedimentológicos. Foram gerados dados hidronâmicos básicos, essenciais para dar o início a um monitoramento sistemático na megaconfluência dos rios Amazonas e Tapajós. Na perspectiva de análise das feições geomorfológicas, com características mistas, o rio Tapajós apresentou hidrodinâmica de rio e de lago. Tais dados, associados à grande largura do leito, resultante da história geológica da região, atribuem a esta junção de rios características diferenciadas. Necessita-se da continuidade dos levantamentos e monitoramento hidrodinâmico para uma melhor compreensão dessa feição. A abordagem sistêmica e integrada, incorporando princípios de complexidade, aprendizagem social, saberes tradicionais e interdisciplinaridade, pode promover a conservação da geodiversidade na região, incluindo praias fluviais e qualidade da água. Recomenda-se o inventário da geodiversidade na foz do Tapajós e a adoção de projetos de geoconservação pelas autoridades competentes.

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José Alberto Lima de Carvalho, Dr. (Prof. UFAM) Nina Simone Vilaverde Moura, Drª (Profª UFRGS); Roseilson Souza do Vale, Dr. (Prof. UFOPA)

Quando?

Onde?

Centro Polar e Climático - Universidade Federal do Rio Grande do Sul | Av. Bento Gonçalves, 9500. Bloco III, Prédio 43136, Sala 208-210. Agronomia. Porto Alegre, RS, Brasil.